L’Creme apresenta:
MURILO SÁ -São Paulo – Brasil
video: Cisco Vasques -Cúpula-São Paulo
Murilo Sá, foto Cisco Vasques |
O baiano residente em São Paulo Murilo Sá até que já tem certa estrada.
Há uns dez anos, fazia parte de uma banda local que chamava mais atenção pelo nome esdrúxulo do que pelo som: Associação Mr. Harry Haller & O Samba do Patinho Feio, na qual também se iniciou um nome hoje marcante no cenário, Heitor Dantas (líder da Laia Gaiatta).
Em 2007, se mandou para a capital paulista, aonde vive e trabalha até hoje, como designer gráfico.
Lá, integrou a banda Margot, com os caras que tocavam na Soma, outro grupo local extinto. Durante breve estadia por lá, o ex-Dead Billies Glauber Guimarães fez uma dupla com Murilo, a Tanpura.
“Heitor e Glauber são dois dos meus melhores amigos”, conta Murilo por telefone, direto do seu apartamento, na badalada Rua Augusta.
“Em 2004, 2005, a gente tocava muito no Nhô Caldos (bar do Rio Vermelho, extinto). Foi lá que conheci Glauber. Nos identificamos muito e fiz umas músicas com ele, assinando como Murilo Goodgroves, que é o sobrenome de minha avó, que era descendente de ingleses”, diz.
Selo gaúcho, vinil
Depois de perceber que o sobrenome inglês atrapalhava mais do que ajudava, trocou para seu outro nome de família.
Em 2012, depois de mais algumas tentativas de formar bandas em São Paulo, resolveu se assumir como artista solo, para começar a gravar logo suas composições.
O resultado está no álbum que ele lança justamente hoje, pelo selo gaúcho 180: Sentido Centro.
“É o meu primeiro trabalho a sair físico, em CD. Pretendo lança-lo em vinil também, até por que o selo 180 é especializado em vinil. O meu é o primeiro CD que eles lançam”, conta.
O título, Sentido Centro, tem na verdade, dois sentidos: o centro de si mesmo e o óbvio, da cidade. “Moro bem aqui na Augusta, no olho do furacão. Tem muito a ver com essa mudança para esse apartamento e essa pilha do Centro de São Paulo. Aí um dia eu tava voltando para casa de ônibus e os pontos nas principais avenidas sempre indicam ‘sentido centro’ ou ‘sentido bairro tal’. Eu tava com um caderninho anotando e vi: ‘sentido centro’ Anotei e vi que tinha tudo a ver com as músicas e essa fase da minha vida, que é mais centrada, mais em contato comigo mesmo”, relata Murilo.
Consistente, Sentido Centro deixa fácil entender por que chamou a atenção de um selo gaúcho, pois tem muito a ver com o rock praticado lá nos pampas: namora com a Jovem Guarda, corteja a psicodelia e casa com linguagem contemporânea que atualiza ambos os estilos.
Em breve, o rapaz e sua banda de acompanhamento, a Grande Elenco, arrumam as malas e partem para uma série de shows pelo sul, passando por Curitiba, Porto Alegre e Passo Fundo, cidade-sede do 180.
“Em janeiro penso seriamente em ir para Salvador. Se não conseguir levar minha banda, vou contar com Heitor e a Laia para me acompanhar”, avisa.